segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Entrega

"Se eu quiser me aproximar de Deus
posso ir mesmo cega,
posso ir enferma, possessa,
posso ir magoada
posso ir aleijada
posso ir pecadora, imperfeita
posso ir desesperada
posso ir em angústia, sofrendo
posso ir gritando, gemendo
posso ir extremamente doente
posso ir descontente
posso ir amargurada, ressentida
posso ir decepcionada
posso ir louca, falida
posso ir soluçando
posso ir rastejando
posso ir ajoelhada
Posso até não dizer nada...
eu só não posso mesmo ir,
se a intenção for só pedir,
sem minh'alma, por fim,
ter intenção de entregar."

Luciana Rodrigues

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A impontualidade do amor

"Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.

Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida.

O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.
O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender."

Martha Medeiros

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Eclesiastes 3




Quarenta e quatro dias após  o definitivo "O tempo que você me pediu, acabou!"

Tempo suficiente para amar você como nunca , 

Tempo para te odiar para sempre, 

Tempo para morrer de saudade, 

Tempo para  não querer mais lembrar do seu rosto, de não querer saber da sua vida e ao mesmo tempo necessitar saber de tudo o que as pessoas falam ao seu respeito. 

Tempo para ligar para você...e balançar ao ouvir sua voz e 
tempo para  te tratar  como um estranho conhecido e não te chamar de Môooooor e falar seu nome  de forma assustadoramente natural.

Tempo para ouvir..."Nossa, como você está bonita! Como você é mais divertida e feliz solteira!"

Tempo para  "cuidar do jardim"  e fazer tudo o que não fazia com você e por você.

Tempo de voltar a achar graça em me arrumar sem ter alguém em especial para me  admirar,  somente pelo prazer de  EU me sentir M.A.RA.V.I.L.H.O.S.A ! 

Tempo para pensar que tudo não passou de um pesadelo e que tudo voltará a ser como antes...que iremos nos casar e viver felizes para sempre...

Tempo para concluir que o fim foi a melhor decisão a ser tomada.

Tempo para perceber que a dor está passando...
é  o tempo passando, me curando e  levando você embora de  dentro de mim...







terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"Como é horrível odiarmos quem desejávamos amar" Voltaire

"Ouvi uma coisa no mínimo curiosa hoje. Qual é o contrário do amor? Ou, qual é o inverso do amor?
Muitos (inclusive eu) responderia sem pensar: Ódio! Mas não é!
Muitos dizem que o amor e o ódio andam juntos e que um não é o outro extremo da reta. A partir de hoje eu passei a pensar assim também.
O amor é caracterizado pela importância que a pessoa nos representa. Quem odeia é sinal que a pessoa continua importante (visto que não lhe sai dos pensamentos).
Já que o ódio e o amor caminham juntos qual é a justificativa (ou explicação) para isto?
Simples. Quando amamos nos abrimos, baixamos nossas defesas para a pessoa amada. Qualquer movimento negativo que esta pessoa fizer vai machucar, pois não estamos esperando. Aí nos sentimos ofendidos. O que é ferido é o nosso orgulho. Aí gera uma baita confusão. Abafamos o amor com o sentimento de orgulho ferido.
Na maior parte das vezes em que o ódio teve origem no amor a pessoa se manteve esperançosa de um reencontro. Nos recusamos a oferecer o amor como oferecíamos com medo de nos ferir novamente mas ao mesmo tempo mantemos a pessoa bem perto do mesmo jeito. Ao menor sinal de que as coisas podem voltar a ser o que eram antes não perdemos tempo em aceitar.
Mas já que o ódio não é o contrário do amor, qual é o contrário do amor? Se amor é atenção, o contrário é a indiferença. A pessoa passa a não significar nada. Simplesmente apagamos a pessoa de nossa vida e ela passa a ser como um estranho. Não significa mais nada.
Enquanto estivermos incomodados com a pessoa significa que estamos mantendo esta pessoa bem próxima. A partir do momento em que não nos importamos mais nos distanciamos.
Particulamente eu acho bem mais triste a indiferença do que o ódio."
Marcelo Torres

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Quem é Deus?





Eu sou mãe do João e o amo muito, muito , muito...
Somente porque ele é meu filho. 
Sempre sonhei em ter um menino e sonhava com ele desde antes de pensar em gerá-lo.
Já sabia seu nome, imaginava seu rosto. Eu já o amava antes mesmo dele nascer.

Mesmo que eu tenha outros filhos, o meu amor por ele não se modificará, porque o João é o meu João.

Quando bebê  eu o alimentei,  enquanto não sabia andar o carreguei nos meus braços, nos primeiros passos se ele caísse eu estava ali atrás, pronta para apará-lo. E quando caía, e vinha chorando...eu o colocava no colo e dava beijinho no dodói. E depois deixava ele  brincar de novo.

Nas primeiras vitórias na escola, eu estava lá para  me orgulhar: "Só podia ser meu filho!"

Quando fez alguma bobagem, eu brigava, muito poucas vezes batia. Mas sempre falava: "João não faz assim, por isso, isso e mais isso!

Nada que ele faça de certo ou errado vai aumentar ou diminuir  meu amor por ele. Afinal, ele é meu filho!

Apesar da pouca idade , ele já falou coisas e fez outras tantas que me entristeceram. Pensei: "Será que ele não vê todo o sacrifício que faço para criá-lo?" 
Mas logo esta tristeza passa e meu amor por ele permanece o mesmo.

Tenho muitos planos para o João e ele começa a ter os sonhos pra vida dele. Meus planos para ele são tão lindos, ele nem pode imaginar! Mas  ele vai crescer e as escolhas que fizer, os caminhos que ele tomar poderão fazer com que  se afaste de tudo o que sonhamos. 


Mas ainda que ele se afaste de mim, faça escolhas erradas, e se perca no caminho...eu tenho certeza de que meu amor por ele não mudará, ele vai se lembrar de cada palavra que foi dita por mim ...e se ele quiser voltar, mesmo ferido e  humilhado, eu o receberei de braços abertos, o colocarei no colo e enxugarei suas lágrimas.


Eu sou mãe 

E Deus, quem é?

É Pai que nos ama com amor de mãe. 

Amor que só as mães conhecem e sabem do que este amor é capaz!

Deus é todo amor!

Neste momento, estou no colo do meu Pai, Ele está enxugando minhas lágrimas, acalentando meu choro, e quando eu tiver entendido que devo ter mais cuidado ao brincar no quintal da vida, Ele vai me deixar correr de novo por aí!

 DEUS É MEU PAI! E ME AMA! E CUIDA DE MIM!!!! Aleluia!!!

Assim conhecemos o amor que Deus tem por nós e confiamos nesse amor. Deus é amor. Todo aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. 1 João 4:16
































E quando termina?




A novela das nove "Insensato Coração" mostrou nesta semana um pesadelo que povoa a cabeça de  muitas noivas : o término às portas da igreja. Por engano entrei no meu antigo e já deletado blog para assuntos casamentícios e me deparei com este post no blog Vestida de Noiva , da Fernanda Floret, a Fê. Acreditem, isso não é coisa de novela, acontece mais frequentemente do que se imagina. Confiram:

http://vestidadenoiva.com/e-quando-termina/comment-page-3#comment-25472


 Ps: Em breve um post para falar dos valores totalmente invertidos que esta novela tem mostrado. Tsc...tsc...tsc.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cristal quebrado



Imagine que você tem  um lindo vaso de cristal. 
Ele tem uma beleza rara,  desenho exclusivo, é algo único.
Ninguém no mundo tem um vaso igual.
E ele fica na sua sala, em lugar de destaque...afinal ele é realmente especial.


E você conhece uma pessoa. Gosta dela. Ela gosta de você.
Vocês descobrem tantas coisas em comum. 
Falam-se todos os dias.
Tornam-se amigos, riem juntos, divertem-se juntos.  
Apaixonam-se.
Começam a partilhar sonhos... dividir a vida...
Descobrem-se amando.
Está tudo "divino e maravilhoso"!


E quando você menos espera...
Essa pessoa deixa seu vaso de cristal cair no chão!
E ele se parte em incontáveis pedaços...
Você se desespera, chora...
A pessoa se desculpa, também chora...e se dispõe a recolher todos os cacos e a colá-los, um a um.


Só que o lindo vaso de cristal, belo, raro, único...tornou-se um arremedo de vaso.
Continua na sala, porém não brilha mais...
Sempre que os seus olhares pousarem sobre o vaso...lembrar-se-ão do que um dia ele foi: belo, raro e único... e sabem que ele nunca voltará a ser como antes.


O vaso de cristal , era a minha confiança. E ela foi quebrada. Foi colada. E quebrada novamente. E tal qual o vaso...nunca mais será a mesma.