terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"Como é horrível odiarmos quem desejávamos amar" Voltaire

"Ouvi uma coisa no mínimo curiosa hoje. Qual é o contrário do amor? Ou, qual é o inverso do amor?
Muitos (inclusive eu) responderia sem pensar: Ódio! Mas não é!
Muitos dizem que o amor e o ódio andam juntos e que um não é o outro extremo da reta. A partir de hoje eu passei a pensar assim também.
O amor é caracterizado pela importância que a pessoa nos representa. Quem odeia é sinal que a pessoa continua importante (visto que não lhe sai dos pensamentos).
Já que o ódio e o amor caminham juntos qual é a justificativa (ou explicação) para isto?
Simples. Quando amamos nos abrimos, baixamos nossas defesas para a pessoa amada. Qualquer movimento negativo que esta pessoa fizer vai machucar, pois não estamos esperando. Aí nos sentimos ofendidos. O que é ferido é o nosso orgulho. Aí gera uma baita confusão. Abafamos o amor com o sentimento de orgulho ferido.
Na maior parte das vezes em que o ódio teve origem no amor a pessoa se manteve esperançosa de um reencontro. Nos recusamos a oferecer o amor como oferecíamos com medo de nos ferir novamente mas ao mesmo tempo mantemos a pessoa bem perto do mesmo jeito. Ao menor sinal de que as coisas podem voltar a ser o que eram antes não perdemos tempo em aceitar.
Mas já que o ódio não é o contrário do amor, qual é o contrário do amor? Se amor é atenção, o contrário é a indiferença. A pessoa passa a não significar nada. Simplesmente apagamos a pessoa de nossa vida e ela passa a ser como um estranho. Não significa mais nada.
Enquanto estivermos incomodados com a pessoa significa que estamos mantendo esta pessoa bem próxima. A partir do momento em que não nos importamos mais nos distanciamos.
Particulamente eu acho bem mais triste a indiferença do que o ódio."
Marcelo Torres

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